quinta-feira, 11 de março de 2021

Maria Bonita e o Dia Internacional da Mulher

Maria Bonita, a Rainha do Cangaço, faria aniversário no Dia Internacional da Mulher.

Maria Bonita nasceu em um 8 de março e, se estivesse viva, completaria 110 anos.

Maria Gomes de Oliveira, também conhecida como Maria Déia e mais conhecida ainda por Maria Bonita, é uma das mulheres que deixou gravado nas caatingas sertanejas um pedaço da história do Nordeste do Brasil. Esta mulher de grande destaque nasceu no mesmo dia em que se celebraria, anos depois, o Dia Internacional da Mulher.

Maria Bonita é uma personagem que representa força e independência, ao ter trocado uma vida tradicional pelos anos no cangaço. Precursora feminina desse movimento, mesmo antes do cangaço Maria se mostrava uma mulher com características diferentes do habitual. Casou-se quando tinha 15 anos com o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé do Neném, com quem teve um relacionamento marcado por infidelidades e agressões por parte do companheiro. As brigas entre os dois eram muito frequentes e, a cada desavença Maria, que não temia o marido, o questionava e costumava se mudar para a fazenda Malhada do Caiçara, de propriedade dos seus pais, que ficava próxima à Cachoeira de Paulo Afonso.

Por aquela fazenda passou Virgulino Ferreira da Silva, o famoso e temido Lampião. A atração entre eles foi imediata e recíproca, o cangaceiro caiu de amores por Maria Déia e vice-versa. Impressionado por sua beleza, passou a chamá-la de Maria Bonita. Em um desses encontros, durante passagens dele pela fazenda, ela pediu para acompanhá-lo no cangaço. Aos 20 anos, deixou o casamento para uma nova vida. Era o ano 1931.

Maria Bonita foi a primeira mulher a se inserir oficialmente no bando, abrindo um precedente até então inabalável. Após ter ido viver com Lampião, Maria Bonita engravidou, mas, com pouco tempo, perdeu espontaneamente o feto. E este não seria o único aborto que teve na vida. Em 1932, contudo, ela conseguiu levar a termo a gestação, dando à luz à sombra de um umbuzeiro, no meio da caatinga, em Porto de Folha, no Estado de Sergipe. Lampião foi seu parteiro. A filha, Expedita, foi criada por pessoas próximas ao casal que não viviam no cangaço, já que o movimento proibia a presença de crianças.

Maria Bonita morreu em 28 de julho de 1938, após um ataque surpresa de policiais ao local de esconderijo do bando, na fazenda Angicos, no sertão de Sergipe. Ela foi baleada e não resistiu. Lampião também morreu durante o ataque.

Na foto, Maria Bonita acaricia os cachorros de Lampião: Ligeiro, o preferido, e Guarani, o mais escuro.

Crédito: Reprodução Benjamin Abrahão

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