Na década de 1960, as famílias brasileiras tinham, em média, seis filhos. Atualmente, a média cai para 1,7, de acordo com um estudo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), divulgado em 2018.
Humanização dos pets
Em contrapartida à redução do número das pessoas nas famílias, por conta da crescente “humanização” dos pets, o ser humano encontra nos animais de companhia uma solução para preencher a casa.
E no Brasil não é diferente, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), já temos a quarta maior população de pets, com mais de 52 milhões de cães e 22 milhões de gatos, além de outros animais que ocupam espaços importantes nos lares das pessoas.
Os novos membros da família
Uma pesquisa inédita realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais com internautas que possuem ou são responsáveis financeiros por um animal de estimação revela que 61% dos entrevistados consideram seus pets como um membro da família.
Filhos de quatro patas
A expressão “filhos de quatro patas” está cada vez mais na boca e na moradia do brasileiro. Se a vida moderna permite incluir os bichinhos no relacionamento, em muitos casos, os animais de estimação se tornaram personagens importantes das famílias. “É meu filho!”, é o que ouvimos dizer com maior frequência os “tutores”, termo que vem gradativamente substituindo “donos”.
A integração do pet no cotidiano
Os principais sentimentos despertados entre os entrevistados são amor (61%), alegria (61%) companheirismo (59%) e amizade (52%). E a dimensão afetiva ainda ganha outros contornos. Muitos donos gostariam de integrar seus animais de estimação à outras esferas da vida cotidiana, que vão além de suas residências. Seis em cada dez (62%) entrevistados sentem falta de espaços públicos que permitam a permanência de pets com os donos. Já 83,73% afirmaram que animais não são permitidos no local de trabalho.
A população de pets
Ainda segundo a pesquisa, 76% dos brasileiros com acesso à internet possuem animação de estimação, sendo que os mais comuns são os cachorros (79%), gatos (42%) e pássaros (17%). Completam o ranking os peixes (13%), tartarugas (6%) e roedores (5%), como coelhos, camundongos, furões e porquinhos da índia.
Os cachorros são maioria
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o cachorro é o animal de estimação preferido dos brasileiros. Há 52,2 milhões de cães nas casas de todo o Brasil. Ainda de acordo com o IBGE, 44,3% dos 65 milhões de residências (28,795 milhões) têm pelo menos um cachorro.
Surge um novo mercado
Todo esse apego aos animais agita um mercado bilionário que, em 2018, movimentou R$ 35 bilhões em vendas de produtos e serviços, segundo o Instituto Pet Brasil. Para atender as exigências das pessoas, a indústria do setor vem se desenvolvendo em ritmo acelerado, oferecendo inúmeras novidades, desde vacinas e medicamentos com tecnologia de ponta, passando por alimentos balanceados até acessórios diferenciados que, em muitos casos, remetem ao estilo de vida dos humanos.
Novos tratamentos
Foi-se o tempo em que a expressão “vida de cão” era usada como sentido negativo. Hoje é possível encontrar para os pets tratamentos que só eram oferecidos às pessoas, como acupuntura, fisioterapia, medicina chinesa, etc. São tantas opções que os tutores já podem escolher fazer plano de saúde para o pet, home care, taxi dog e até hair style, que são os especialistas em penteados para cães e gatos.
A convivência saudável
O papel dos animais de companhia na vida das pessoas tem crescido e eles têm sido fundamentais para melhorar os níveis de felicidade e até na saúde mental, ajudando a reduzir o estresse gerado pela vida moderna. E a recíproca dos humanos é notada em diversas formas, manifestada com amor, carinho e, claro, os mimos diários que oferecem.
Pet friendly
Esta demanda, tem levado os grandes centros comerciais, shoppings centers e até restaurantes a aderir ao novo estilo de vida das famílias e adaptar suas estruturas e equipes para receber os animais de companhia. O termo “pet friendly” está tão em alta no mercado nacional que já é um dos diferenciais de algumas empresas, que permitem a visita dos pets ao local de trabalho.
Caminho sem volta
Assim, só resta ao mercado estar pronto para garantir a convivência saudável entre humanos e animais e satisfazer os mais diversos anseios em termos de saúde e conforto. Alguns até acham exagero toda essa atenção e cuidados especiais com os bichinhos, mas é um movimento natural e um caminho sem volta.
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